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domingo, 25 de abril de 2010

Anzac Day 2010


Segundo Anzac Day na Austrália, mas o primeiro em Sydney e eu resolvo conferir a Parada. Essa coisa de parada nunca foi a minha... nunca gostei de assistir às paradas do Sete de Setembro (me dá a mesma melancolia que eu sinto quando vejo um Circo), nunca achei graça em desfiles em geral, mas eu continuo firme no propósito de aprender o máximo sobre a cultura desse país que virou a minha casa. E Anzac Day aqui é coisa séria. Além de Paradas em tudo quanto é lugar, centenas de Australianos se deslocam todo ano para Gallipoli, na Turquia, para honrar e lembrar os soldados que lutaram e morreram naquelas praias na Primeira Guerra Mundial. A cobertura jornalística dura uma semana, com histórias reais, entrevistas e documentários. Bandeiras da Australia e da Nova Zelândia adornam as ruas e Anzac biscuits (vejam o post do ano passado!) estão em todas as vitrines. No dia 25 ramos de alecrim são alfinetados nas lapelas e missas e cultos são celebrados na madrugada. O tema da Parada - honra aos Anzacs (Lest we forget - não nos esqueçamos)- me emociona e entristece. Sinto um enorme empatia pelos velhinhos fardados e suas medalhas sustentadas no peito com orgulho e pelos familiares e descendentes de soldados que sofreram traumas e perdas nas inúmeras guerras que tiveram a participação australiana, mas me choco um pouco ver slogans como "swift to destroy" (rápido para destruir) em bandeiras que anunciavam os batalhões. Nessa era do politicamente correto, em que usar o nome errado para se referir a qualquer grupo minoritário dá até cadeia, pode bater palma para algo que significou a matança de gente boa de um lado e de outro? Mas não estamos ali pra isso (pelo menos eu quero acreditar que não), estamos ali para celebrar as PESSOAS e não a guerra, então eu me junto aos Australianos e Neozelandeses e sorrio para os veteranos e aplaudo as bandas uniformizadas com tambores e gaitas de fole que dão um ritmo forte e alegre à marcha dos soldados.
A foto da postagem eu tirei do site do Sydney Morning Herald porque eu esqueci de levar a minha câmera. Mais imagens em http://www.smh.com.au/photogallery/national/anzac-day-around-the-world/20100425-tkyb.html

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Easter Show!


Tô em casa de novo, depois de um conto de fadas! O último mês foi sensacional, com a visita da mamãe, da Lu e da Maria Alice e todos os passeios que fizemos (o blog ficou de lado nesses dias, mesmo com tanta coisa pra contar!!! Não dava tempo...). Depois veio o casamento e a lua de mel. Agora tá tudo tão estranho, tão parado, rsrsrsrs Pois então, resolvi sacudir a poeira e conferir o Sydney Royal Easter Show!!!
O Easter Show é uma feira rural enorme, com exposição de animais (gado, ovelhas, cavalos), competições diversas (concurso de rachar lenha, equitação), shows, curiosidades (o cavalo mais alto do mundo, leitões que mergulham e apostam corrida, gansos de roupinha pastoreados por cães treinados) além de parque de diversões, barracas de produtos diversos e muuuuuuuuuuuuuita junk food! É uma verdadeira instituição australiana que acontece todo ano, em várias cidades (com nomes diferentes e não necessariamente na mesma época) e a de Sydney é a maior de todas elas. É impressionante como esse evento atrai milhões de pessoas, especialmente famílias com crianças e bandos de adolescentes. Para os primeiros, é uma mistura de céu e inferno. Tudo começa com a viagem até o Parque Olímpico (é loooooooonge...), carregando carrinhos, sacolas e crianças excitadíssimas querendo ver tudo, comer de tudo e brincar em todos os brinquedos. Satisfeitos e orgulhosos de promoverem um momento família tão genuíno, pais e mães lambuzam os filhotes com filtro solar 50 e abrem as carteiras!
Horas adiante, debaixo do sol a pino e entupidas de salsichões empanados (os famosos Dagwood Dogs - olha eles aí na foto!), raspadinha azul de 1 litro, balas, chocolates e sorvetes, as crianças estão nervosas e exaustas e as mais velhas disputam com as menores o assento no carrinho, resultando em uma criança enorme espremida no carrinho e uma menor no colo revezado da mãe e do pai (no andar de baixo do carrinho às vezes vai mais uma criança de colo). Finalmente, em toda alça livre e em todo braço desocupado vão espadas de brinquedo, bichos de pelúcia e "show bags". Show bag, aliás, é uma parte importantíssima do evento, antecipada pela criançada que nem o Natal e nada mais é do que uma sacola de plástico temática (pode ser do Homem-aranha, da Dora The Explorer, da Coca-Cola ou inúmeras mais) custando de 1 dolar, contendo míseras balinhas, a 30 dolares, com toda a linha de chocolates da Cadbury ou com malas de verdade da Barbie. Pois depois de horas perambulando pelos pavilhões, pais exaustos e com as carteiras dilapidadas de pagar entrada, comidas, show bags, tíquetes para os brinquedos e garrafinhas de água mineral a 4 dólares cada, arrastam filhotes de volta ao trem ou estacionamento (looooonge...) certamente se questionando se tudo isso vale a pena, mas, vá lá, essa dor é passageira e até o ano que vem estará completamente esquecida!
Já para os adolescentes, o Easter Show é a oportunidade de ouro de paquerar à vontade (as meninas fazem o possível para chamar a atenção em shorts e tops microscópicos), fazer muito barulho, andar de havaianas ou pés descalços, comer e beber bobagem, enfim, fazer o que der na telha, longe da supervisão dos pais e da rigidez da escola.
Pra mim, uma verdadeira experiência antropológica! Bem... por enquanto, né? Se tudo der certo, em alguns anos serei eu uma das mães carregando Show Bags! Beeeeeeeeeeijos!

Números das duas semanas de duração do Sydney Royal Easter show: 900.000 visitantes, 100.000 expectadores do show dos leitões de corrida, 140.000 Dagwood Dogs comidos e sabe-se lá quantas garrafinhas de água a 4 dólares vendidas...

sábado, 10 de abril de 2010

França!

E o blog voltou a viajar!!! De volta a Europa, de volta a Paris e pela primeira vez na Provance e em Courchevel! Nossa, nem sei por onde começar! Em Paris, uma viagem diferente, mais relaxada, sem muito compromisso, a não ser comer e beber bem todas as noites! E vivas para o Grand Hotel Saint Michel (na frente da Sorbonne) e para o nosso quarto no quinto andar com varanda e vista para os telhados de Paris! Pois de dia o programa era o que há de melhor, andar pela cidade mais linda do mundo! Como sempre, meu ponto de partida é a Notre Dame, coração da cidade! Entro na Catedral mais uma vez maravilhada e sem acreditar na minha sorte de estar de volta. Agradeço e peço pra voltar! Dali, passeio pela ilha, depois pelo Marais, passando pela Rua Montorgueil
(só pra ver a vitrine da Storher desta vez)
e terminando nos aredores da Opera. A noite, jantar no ótimo Le Comptoir, em Le Halles. No dia seguinte, Louvre, mais passeios e jantar no Quartier Latin. Terceiro dia, chuva e frio na fila da Torre Eiffel, mas quem liga pra isso? Aliás, no alto da Torre, o que a gente viu foram flocos de neve!!! rsrsrsr Mas tudo bem, na hora de ir embora o sol já foi saindo, em tempo de fazermos um passeio em Montmartre com céu azul anil! Jantar de novo no Quartier Latin (nada como ter mil restaurantes bons a poucos quarteirões do hotel!). Sexta-feira tomamos o TGV para Avignon. Amo trem! Meio de transporte preciso, rápido, conveniente e agradável! Chegamos ainda cedo, em tempo de ver o Palais du Pape com calma e de fazer hora no boteco da praça, tomando vinho e cerveja. A noitinha, jantar no Le Grand Cafe (linda decoração e comida excelente!). Dia seguinte, toca pra Carcassone e lá o nosso ritmo segue devagar, passeando pela cidade e fazendo hora nos bares de rua pra ver o povo passar. A noite... adivinha... jantar delicioso, claro, com muito vinho e váaaaarios pratos, rsrsrsrs No dia seguinte, é hora de irmos para a Mas La Chauvette, meu pouso preferido na Provance (huahuahua, sou très chic!).
Ah... era exatamente o que eu queria para a minha lua de mel, um lugar lindo e sossegado para ser o nosso porto seguro! Além da recepção super calorosa da proprietária, a Anne, e de um quarto aconchegante e lindamente decorado, o melhor café da manhã de todos os tempos! Pão fresquinho, bolinho feito em casa, queijos locais, frutas silvestres, iogurte, geléias com ingredientes regionais, croissants e suco de cereja, gente!!! - tudo com o toque pessoal da anfitriã. Ahhh, não dava vontade de sair daquela casa, mas os super roteiros da Anne (e o santo GPS) nos levaram a lugares especiais! No primeiro dia, só descanso e jantar no restaurante do Udo, um jornalista alemão que resolveu se instalar como chef na Provance. Interessante o menu degustação, mas exagerado... Tentando ser inovador demais, ele acaba errando no sabor de alguns pratos, mas, pra variar, uma noite deliciosa! Já no segundo dia, saímos para conhecer as cidadezinhas locais, começando por St-Didier, Venasque, Abbaye de Senanque, Gordes, Roussillon, Bonnieux (Musée de La Truffe), Ménerbes, Lacoste, Coustellet (Musee de La Lavande) e L`Isle-sur-la-Sorgue. Cada lugar mais lindo que o outro. Incrível como lugarejos distantes não mais que 5, 10 kms um do outro, conseguem ser tão distintos e ter uma personalidade tão própria! E as casas, as estradas, os vinhedos e plantações, tudo tão bonito de ver! A noite fomos ao Chez Serge, em Carpentras (menu com truffas, muito, muito bom!). Dia seguinte, chuva pela manhã (que peninha... vamos ter que ficar curtindo a pousada, ai, ai...) Mas tudo bem, de tarde o tempo firmou e saímos para o roteiro dos vinhedos, começando por Carpentras, Crillon-Le-Brave, Le Barroux, La-Roque-Alric, Lafare, Beaumes-de-Venise (degustaçao de vinhos na La Cave des Vignerons), Gigondas, Séguret, Châteneuf-du-Pape (degustaçao na La Maison Brotte). Ah.... não sei qual roteiro foi melhor, ah, tudo foi bom!!! Cada dia uma surpresa, cada dia uma experiência melhor que a outra. Dia de ir embora eu quase choro porque EU QUERO MORAR ALI!!!
Mas tudo bem, o que nos consola é que ainda temos esqui pela frente, em Courchevel!
Depois de uma viagem fácil e rápida, fazemos check in no Hotel Le Seizena e, aqui, a primeira surpresa agradável: um quarto com vista para a montanha e uma equipe incrivelmente prestativa e atenciosa! Pra variar um pouquinho da nossa rotina de jantares e vinho, saímos para tomar uma cerveja, duas, três... e acabamos chapando o melão e, famintos, devoramos um spaghetti a carbonara num boteco de massas de fim de noite! No dia seguinte meu estômago sofreu, mas a noite foi tão divertida que valeu demais! Agora é o esqui! Na hora de alugar os equipamentos, descobrimos que em Courchevel não se alugam roupas, então acabamos comprando calças pra mim (acho bom eu aprender a esquiar agora!!!!). Pois então, fui tomar aulas enquanto o Phil se esbaldava nas pistas (e ribanceiras "off piste") de Courchevel. Nada de impressionante no meu aprendizado de primeiro dia mas, pelo menos, comecei a melhorar as minhas curvas... Já no segundo dia, revelação total! Tive um instrutor simplesmente fantástico (Francis, da Ecole du Ski Français) que fez milagre comigo! Me ajudou a melhorar muito as minhas falhas e a ganhar confiança. Com ele, perdi um pouco do medo de altura e de velocidade e acabamos descendo várias pistas azuis! Terminei o dia me sentindo a Mulher Maravilha! Nesse dia, o Phil foi explorar os 3 Vales, esquiando o dia todo freneticamente de Courchevel a Meribel e a Val Thorens e tudo de volta! Gente, vocês não fazem idéia do tamanho desse complexo onde estão as 3 estações de esqui!!!! Último dia eu e o Phil esquiamos juntos (coitado, tédio total pra ele!). Na primeira descida fiquei meio em pânico e já estava quase pendurando os esquis quando o Phil me convenceu a tentar mais uma vez. Segunda descida fui bem melhor e na terceira, sucesso total, mais controle, mais confiança e nenhum tombo! Dia seguinte, hora de partir, schuinf... Passamos a noite em Lyon e por fim dirigimos até Paris. Ai, ai, tudo que é bom dura pouco... Mas, se Notre Dame ouvir meus pedidos, logo, logo, estou lá de volta!!!! Beeeeeeeeeeeeeeeijos!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

20 de Março de 2010 (parte final)


Geeeeeeeeente, esse negócio de casar é melhor do que eu esperava, rsrsrsrs Além de toda a festa, ainda tem a lua-de-mel! E que viagem incrível estamos fazendo! Neste momento estou assentada na minha cama olhando para a porta de vidro da minha varanda de onde eu vejo nada menos do que a montanha de Courchevel, toda coberta de neve e iluminada por um sol dourado de fim de tarde, ai,ai... Acho que não fica melhor do que isso não!!!! Pois nesse intervalo entre ski e jantar, vamos à parte final do casório:
Bom, servidas as entradas, hora dos discursos! Normalmente os casamentos autralianos tem vários deles (pai da noiva, pai do noivo, best man, groomsmen, bridesmaids, noivo, noiva, etc, etc...). Conforme o casamento, esses discursos podem durar um tempão! No nosso caso, preferimos manter tudo curtinho pra não quebrar o clima de descontração. Gente, fala sério! Discursaiada em casamento é que nem rodinha de violão em festa, acaba com o papo, acaba com a alegria! Não sei se os nossos discursos foram chatos para os convidados, mas pra mim e para o Phil foram tocantes e divertidos. Primeiro falou o Blackie (best man), um discurso curto e sincero para o Phil. Depois falou o Ben (amigo de trabalho do Phil), fazendo uma homenagem bacana a nós dois. Por fim, o Phil agradeceu a todos e depois falou em português, agradecendo a meus pais e fazendo uma bela homenagem a mim, a minha família e à Maria Alice. Essa foi a única hora que a minha mãe chorou! Depois dos discursos foi servido o prato principal (muito Bom! Aliás, a comida estava ótima, pena que eu não provei todos os canapés que foram servidos... na verdade, eu nem lembrei de comer! Também fiquei desapontada de não ter provado nenhum dos ótimos vinhos, mas eu estava num estado de agitação e euforia que essas coisas ficaram pra último plano...) Aí foi a vez do vídeo! Me senti no Domingão do Faustão, desabando de chorar a cada pessoa querida que aparecia! Kika, Hellen, Cris, Fá, Jeanne,Tica, Pat, Lili e cia, Maria, Tios queridos, papai, meninas malucas falando ao mesmo tempo ao som de música da Xuxa, hahahah (gente, vou ter que ver cem vezes pra entender o que cada uma estava falando!!!!) Ah, Helenice, até ri na hora que você falou, não chora muito! rsrsrs Too late!!!! (tá aí a foto de prova)
Gente, obrigada a cada um que apareceu e que mandou mensagem, amei, amei! Estou louca pra chegar em casa e ver os bastidores e ouvir de novo tudo que cada um falou! Deni e Tiça, vocês são o máximo!!! Ah, e nem comento a luta que foi para o Phil conseguir o vídeo na última hora (já que a primeira versão foi extraviada...) De novo, Deni, I love you!!!!
Por fim, a sobremesa. Provei um pouco das três opções mas, de novo... cadê a fome?
Depois das comidas, tudo passou como um relâmpago! Um minuto conversando com os convidados e no outro me despedindo e caminhando de volta ao hotel, pela beira mar, vestida de noiva e agradecendo aos parabéns recebidos dos estranhos que encontrávamos na rua. Nunca vou me esquecer as ondas do mar, enormes (finalmente o ciclone?) castigando a encosta! Surreal! Ahhhhhhhhhhhhh, pode ser clichê, mas foi o melhor dia da minha vida!!!!! Beeeeeeeeeeeijos!